30 de janeiro de 2006

e' o amor

Sexta 'a tarde, no trabalho, recebo um mail da menina a pedir-me que lhe compre coisas de gaja. Saio do trabalho e passo na pharmacy, que e' uma espe'cie de supermercado-farma'cia (um conceito que faria os lobbies farmaceuticos portugas tremer como varas verdes). Atordoado pelo fim de 12 dias ininterruptos de trabalho, o meu cerebro congestionado por linhas de secçoes aureas, rodapes e cornijas proporcionais, janelas de 3 por 5, la' encontro o pacote pretendido, pego nele e dirijo-me para a fila, sem mais nada na mao - e' que nem conseguia raciocinar bem, so' queria era ir para casa.
A senhora da caixa ficou mais envergonhada que eu, quando lhe dei aquilo para a mao. Primeiro fez de conta que nao viu. Depois disparou, friamente:
-You must love her, you must really love her. That's love!
So' ai' e' que me dei conta. Ri-me, paguei e meti aquilo na mochila.

26 de janeiro de 2006

updates

E' pa' , este blog ja' se começa a parecer com o Socio Gerente, que so' o actualiza quando o rei faz anos.
Assim, tenho que mandar umas postas enquanto posso:

1. Naturalmente fiquei contente com o resultado das eleiçoes, e' mesmo assim, que ganhe o menos mau e neste caso entre os outro que viesse o diabo e escolhesse (se fosse eu escolhia o Louça, por ser um miseravel populista e um betinho de esquerda. Argh!). Naturalmente nao votei, por causa desta imbecilidade de nao se poder votar pela internet quando todas as nossas contas bancarias, que sao um asssunto que nos afecta muito mais directamente, estao em rede. Paciencia, ha'-de vir o tempo. (Ridiculo e o tempo de antecedencia para a inscriçao no consulado - tres meses; como vim para ca ha' dois...)
2. Ja' sei que isto nao interessa a ninguem, porque quase ninguem faz ou se interessa pela arquitectura classica em Porugal, mas os ultimos dias teem sido de orgasmos mentais multiplos pela descoberta daquilo que o meu patrao chama a maneira "analogica" de fazer arquitectura. (ele tambem ouve cassetes no walkman, que e' uma coisa bastante analogica, mas tambem anacronica).
Ou seja, ao contrario do que faziam o Palladio, o Vignola, o Chambers, Perrault, etc e tal, que dividiam a base da coluna em 60 ou 100 partes iguais, e depois davam medidas para tudo baseadas nessa divisao, pode-se construir toda um ordem geometricamente, sem usar um so numero. Incrivel (como disse, ja' percebi que isto nao vos interessa um boi, seus modernistas, mas paciencia). E tudo com secçoes aureas e quadrados.
Ai' esta' a diferença entre o analogico e o digital - quando no primeiro temos uma curva, no segundo temos uma serie de pontos que se aproximam da curva - mas por muito que se aproximem, nunca la' chegam, porque sao isso mesmo - numeros, que tem que ser descritos e logo nao podem ser em numero infinito. Assim, as ordens da Renascença eram aproximaçoes, enquanto que as que fazemos aqui sao the shit. Acabei o meu primeiro frontao, ha' bocado.
3. Mais outra do meu patrao: ele nao gosta das folhas da serie A europeia, que tem todas a mesma proporçao (dividem-se ao meio para se transformarem umas nas outras). No entanto, sao bastante analogicas - um rectangulo raiz de 2. As americanas, por seu lado, sao segundo ele baseadas na secçao aurea e logo muito melhores, porque quando divididas a meio resultam numa dupla secçao aurea, e se divididas outra vez, voltam 'a secçao aurea original, e assim por diante. Façam a prova no AutoCAd, que e' mesmo assim. (o equivalente americano ao nosso A4 tem 11" por 8.5", e na verdade esta' muito longe de corresponder 'a secçao dourada... mas o chefe assim o acha. No entanto, uma janela de guilhotina de 3' por 5' e' quase equivalente).
Entao at'e para a semana... pode ser que seja antes.

20 de janeiro de 2006

mais meatpacking

17 de janeiro de 2006

mmmmmm

O gajo que devia estar 'a minha esquerda e que costuma soluçar e arrotar nao veio hoje. Fizemos um picnic no escritorio, com pao verdadeiro, queijo, frango e abacates, vinho tinto e enchidos italianos. Ao mesmo tempo, chove ao meu lado direito, (dentro do dito escritorio, claro) e tudo e' mudado de sitio: pessoas, moveis e comida. Com sorte vao-me dar uma estante (a melhor coisa desde que me tiraram o estirador) e o desgraçado que nao veio e' despedido.
Adoro o meu trabalho!

15 de janeiro de 2006

internacionais

Depois do pior peixe que já alguma vez comi, a coreana à minha direita verifica as contas, o italiano à minha esquerda escreve notícias "científicas" para o quase tablóide jornal conservador da terra dele, o astrofísico americano ao fundo da mesa calcula uma bomba nuclear, o israelita ao fundo da sala prepara o próximo concerto de clarinete e ao longe ouve-se alguém a aquecer o trombone. Daqui a bocado vamos ao Met, e é o que vale para ver a neve. Até breve.

diferenças

NU-IORQUE: uma das cidades mais ricas da América

NU-ORQUE: uma das cidades mais portuguesas da América

11 de janeiro de 2006


enquanto se prepara a Boca de Incendio no. 3, sem tempo para nada, fica aqui um souvenir do fim de ano no Porto.

3 de janeiro de 2006

alguns blogs sao intimistas

mas este simplesmente poe as tripas de fora, self-loathing em estado puro. Interessante, como alguem que escreve tao bem tem uma opiniao tao ma' de si proprio. Ou sera' birra?

2 de janeiro de 2006

agora e' mais assim


bom ano.

ha' uns anos era assim


Evoramonte (acho eu).

e no aviao

toda a populaçao masculina tem bigode, e' careca, ou ambos. E assim que aterramos, um cavalheiro 'a minha beira telefona 'a familia:

"TEMOS 'A ESPERA CABREM AS PORTAS"

Hospedeiras matronas, hospedeiros de farda suja, sem grande preocupaçao com a lingua ("more coffee? trago ja'"), salmao na noite de consoada, uma televisao para cada trinta cabeças, com um filme em VHS ja' visto e revisto umas vinte vezes e televisao que distorce e treme, o sistema de som que nao se regula, frio no aviao, e as incriveis casas de banho em que para lavar as maos so' ha' duas hipoteses: ou se enche o lavatorio e se mergulham as mana'pulas na mesma pia de toda a gente, ou se usa uma mao para abrir a torneira enquanto se lava a outra.
Mas nao ha' nenhuma outra companhia que faça Lisboa-NY? isto e' mesmo 'a pobre.

traduçao

aeroporto de Lisboa, voo da TAP:

"Atençao, embarque na porta, voo para MAN-CHES-TER"

e depois, em ingles,

"Atention, boarding at gate, flight to MAN-CHIS-TER"

hot coffe, cold morning

e o trabalho recomeça. E os posts tambem.